domingo, 6 de dezembro de 2009

Os mais belos presépios!





Mário Bortolotto: Atire no Dramaturgo!

"A Dificuldade de ir até à esquina e esse gosto de Passport para o inferno" em atirenodramaturgo.zip.net

"Entendam que é difícil pra mim. O telefone toca, mas eu não quero levantar. Deixei "Stranded" do Van Morrison no repeat. Tem uma igreja medieval em cima da minha barriga e algumas orações que aprendi com meus avós na minha cabeça, mas parece que elas não me valem nada. Ainda sinto o gosto do Passport pro inferno. Preciso parar de ir pro Estrela da Roosevelt (o último refúgio que nem sempre nos recebe muito bem). Vou jantar com o Lobo e com a Mariana. Bons presságios. Acho que vou ganhar um Jameson hoje. Um Green Label na minha casa e eu bebendo Passport pro inferno. Eu voltei pro bar hoje. Eu sempre volto pro bar. Os amigos não acreditam quando me vêem entrando pela porta, de novo. Noite boa a de ontem. Grande show. Divertido pra caralho. Emocionante quando tinha que ser e divertido na hora certa. Os amigos se divertindo na platéia. E eu voltei pro bar. Quando ninguém mais acreditava que eu pudesse voltar. Eu tinha tudo pra não voltar, né? Mas eu sempre volto. Hoje recebo mensagens de outros amigos. Mas não quero levantar. Já ouviram "This love of mine" do Van Morrison?"


"Um recomeço: Eu acredito sempre em continuar enquanto for possível"

"Eu vejo as pessoas falando em recomeço, em novas chances, etc. Acho até bonito, mas não acredito nisso. Eu acredito sempre em continuar enquanto for possível. É claro que continuamos um pouco mais safos, mais ligados, mas continuamos. De vez em quando você pode chegar sozinho em casa e ficar horas olhando pela janela. Até parece um pit stop forçado, né? Mas na verdade você tá continuando, só isso. Toda uma trajetória de manobras erradas, de saltos no escuro e de alguns acertos. Você continua, sempre. Quando eu era jovem, lá com meus 22 anos, era um bocado prepotente do tipo que achava que sabia tudo e que nada poderia me deter. Hoje com 47 anos, qualquer resquício daquela prepotencia já dançou completamente. É claro que de vez em quando, principalmente quando me sinto ameaçado, me armo de uma couraça e deixo aflorar o mesmo sentimento de prepotencia que tinha quando jovem e aí posso virar metralhadora giratória e até ofender pessoas queridas. Depois me sinto muito mal, tenho vontade de pedir desculpas e de dizer que sou mesmo um merda e todo o tipo de coisa que vem junto com o arrependimento. Seria quase um "vamos recomeçar do zero, meus amigos?" Mas isso não existe. Não se recomeça. Pelo menos eu não acredito nisso. A gente continua e todos os nossos erros ficam contabilizados como se fossem alertas piscando na sua cabeça. Então se eu ando no sol da manhã e fico esperando um táxi no meio da rua. Um táxi que nunca chega em plena cidade de São Paulo. Dá pra acreditar nisso. Como é que um bêbado sonado e fudido pode ficar quinze minutos esperando um táxi passar? Uma noite sem dormir depois de uma porrada de garrafas de vinho e uma vontade filha da puta de entregar os pontos...se faço isso e espero alguma espécie de perdão enquanto o táxi rasteja pelas ruas... Bem, se faço isso, logo depois quando entro em casa e sento no colchão totalmente nocauteado, percebo que apenas continuo. Não há nada além disso. Bem que dá vontade de parar tudo. Mas a gente continua, sempre. É o que tô fazendo agora." Textos extraídos do blog de Mário Bortolloto: atirenodramaturgo.zip.net


Os bebês e a aprendizagem dos momentos. A arte da contemplação do Presépio.


A arte com função cognitiva ou mero recreio? Os dois. Como entender o porquê da chamada "recreação" ser tão importante na formação de nossos bebês! Para os mais pequenos basta o sentido do próximo, da partilha. Qualquer evento vale, seja show de música, concerto formal, ópera, orquestra, teatro, exposição, natureza, bichos, observar um presépio na rua e/ou qualquer outro evento que tenha a base a contemplação do belo e do próximo a si e seus mais queridos familiares. Hoje observámos presépios na cidade, a pequena Luísa ficou deslumbrada com as peças de barro. E mais quando esses objetos de areia sólida tomam vida através de nossa imaginação, de associações que a criança possa identificar como signos já sabidos através de livros e ilustrações. Se o Natal é partilha, há um menino que nasce, há várias pessoas que o adoram e lhe trazem presentes, tem dois animais, vaca e burro, que estão cuidando e "embalando" seu leito, tem sua mãe Maria e seu pai José que não cabem em si de felicidade. Tem outros que trazem frutas, trazem objetos de valor, ervas, trazem ovelhas no colo. Todos esses animais sonoros que criam uma sinfonia maravilhosa nesse Natal abençoado pelos anjos e suas harpas. Tem as conversas das pessoas, a chegada dos pastores, as saudações, a alegria e a festa e os camelos que chegam de longe sedentos. Há alguns anos eu fazia meus presépios com meus dois sobrinhos, Carlos e João. Agora Carlos é quase adulto e João quase adolescente. Caminhávamos pelo chão de terra até ao pinhal, levávamos um carrinho de mão (chamado de carreta) para colher coisas do mato. Vasculhávamos até ao lugar mais serrado para achar o musgo mais verde, fresco e mais são que pudesse durar o Natal todo. Apanhávamos pinhas, galhos, pedras, areia branca para desenhar o caminhos dos reis e regressávamos prontos para construir o pequeno santuário onde o menino iria nascer. O lago era essencial. Sempre tinha de haver um lago para que os animais que vinham de longe se abastecessem de água sagrada. O lago se transformava em lago dos desejos, onde os adultos colocariam moedas para as crianças que construíram o presépio. E assim ficava até aos Reis em Janeiro.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Poemas em pó de talco de Paula Rego


"Ela é tudo e mais um pouco
Ela é linda e tudo o mais
Ela é a paz
Alegria suprema do momento
Melhor acontecimento
Esperança que se refaz

Veio numa manhã de terça-feira
Plena de luz, de sol e de cor
Trazendo fé, renovo e brincadeira
Trazendo força, leveza e amor
Leve, linda e toda faceira
Cheirando a leite, talquinho e flor

No dia de tua chegada
O mundo girava diferente
Havia borboletas em revoada
Havia brilho em toda gente
Nascia a criança mais esperada
E o céu mandava seu melhor presente

Chegou suave como brisa
E doce como um querubim
Foi no dia em que nasceu Luísa

Que Deus apareceu pra mim."

"Memória de um silêncio eloquente" de Elisa Lucinda

Quando perdoar é uma virtude divina que nos é soprada no ouvido. Nos diz: É importante perdoar sempre para soltar essas sombras de nós. E se aprendermos o porquê do perdão, saberemos usá-lo como notas de música na flauta da nossa vida. Cada nota um buraco que temos de tampar com os dedos. Assim se vai ao longo do canudo que está em nosso poder e que guia nossas emoções: "correm nos meus dedos fios de cera, correm nos meus dedos fios de aço" diria eu. É só escolher.

"Para ti
sempre tive um infinito
estoque de perdão.
Só para ti
perdoei mais que suportava,
mais do que pude.
Minha cerca-limite era sem estatuto,
não tinha um não delimitando nada.
Fui perdoando assim de manada
e muitos erros desfilaram me ferindo,
nos interferindo silenciosos,
sem ninguém denunciar


Perdoa a dor que te causei,
é que você estava há tempos me machucando
e eu não gritei."

Poemas de manifesto por Paula Rego: "Toquem fogo em todos os jornais"

"Parem a contagem do tempo
A página de hoje não pode virar na folhinha
Não é o momento
Não é a hora
Não há de ser agora
Num lugar seguro, escondam a minha madrinha

E se por acaso Deus não desistir
De fazer com que o amanhã nasça
Por favor, alguém me avise
Que eu irei pessoalmente intervir
Argumentar, espernear, pedir
Para que não aconteça esse deslize
E que pelo menos uma vez na vida
A vontade Dele não se faça

Se ainda sim o dia nascer
Se ninguém conseguir evitar
Se nem o desespero conseguir comover
Só não deixem-na chorar
Só não deixem-na sofrer
Isso caberá somente a nós
Se de fato Ele calar
Aquela que era a nossa voz

E no dia que não podia ter sido verdade
Alguém quebre as tevês
E toque fogo em todos os jornais
Expliquem-nos os por quês
Dela não ter ficado mais
E de terem emudecido de uma vez
Essa nação, esse país, essa cidade."


(Escritos e flores de Paula Rego para sua madrinha Cleyde Prado Maia)

Contos da realidade de Paula Rego: "Chorar com o coração hasteado a meio"


"Saltou do táxi e passou chispando pelos curiosos na entrada do hospital. Entrou, via a recepção, as pessoas, a comoção e nada ao mesmo tempo.Escadas, só escadas a levavam para onde jamais pensou em pisar. Queria chacoalhar aquela gente que sofria lá fora, lá embaixo, nos corredores dizendo: Surpresaaaaaa, está tudo bem!

Mas era impossível. Não estava. Subia e subia mais e aquele CTI nunca chegava.
Ao alcançar o terceiro andar, abraçou algumas pessoas e foi conduzida àquele lugar que abrigava expectativas, esperanças, desejos de melhora. Pros outros. Para ela abrigava desengano, fracasso, areia movediça.
Entrou e queria gritar. Era o primeiro leito e sua mãe estava morta. Viva artificialmente, mas morta oficialmente. Chorou, chorou, quis gritar. Mas para quem? Para quê? Para Deus ouvir? Ele teve a noite inteira para ouvir aquela revolta e nada fez.

Quis bater nos outros pacientes, afinal, qualquer um ali podia estar morto, menos a mãe dela. Como ousavam olhar pra ela com cara de pena??Sentiu ódio por longos minutos, de ver as pessoas ali com pretensões de vida, saúde. Teve vontade de desligar todos os aparelhos, explodir os balões de oxigênio, quebrar tudo, puxar tudo das tomadas. Sentiu inveja da vida alheia. Mas não podia fazer absolutamente nada. Do lado do leito 1, havia uma gigante janela de vidro. Queria quebrá-la para mostrar a todos como se sentia: despedaçada. Queria bandeiras a meio mastro. A primeira página dos jornais ela já tinha, porque sua mãe era uma pessoa tragicamente pública. Mas ela queria que as pessoas sentissem a dor dela. Impossível. Era dela apenas.
Queria contar pro mundo numa inútil tentativa de acordar do pesadelo que a vida estava impondo. E do qual ela nunca mais sairia.E seu coração, esse sim, hasteado a meio mastro no meio do peito, levando pouco ar que restava".

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A nossa vida é muito boa: "Em tudo o que me acontecer, minha comade está"

Porque existem pessoas que amam loucamente. Existem pessoas-anjo que só sabem amar. E o que mais é "amar", dizer "eu te amo" se não for se referindo a estas pessoas. Essas pessoas nos guardam. Se de um modo elas fazem tudo por nós, "haja o que houver", por outro elas nos velam com suas asinhas esvoaçando entre nós para sentir se nossos fluidos estão em ordem, se nossa vidinha está correndo no seu ciclo luminoso. Essas pessoas-anjo não sabem que existem palavras escuras, elas são do sol, são do dia. Quando damos conta delas não conseguimos acreditar, nosso lado de lua é grande demais, somos bestas. É demasiado para nós, duvidamos delas. Mas um dia, quando caímos numa poça bem funda, bem grotesca, bem irônica, bem eremítica, essas pessoas-anjo estão ali também nos sorrindo e nos trazendo para a superfície do sol.
"Se relampejar
Se a ferida arder
Se a febre aumentar
A comadre vem, vem, vem"
João Bosco e Aldir Blanc
"Ela é linda.É a mulher mais bonita que eu já vi de perto. Mãe da maior qualidade, amiga fiel e atriz de primeira grandeza, atende por Liliana, Lili, mas quando eu a chamo de "docinho","fofurinha", "coisinha lindinha" ela também olha. Entrou para minha vida de uma maneira doce, suave, mas marcante. Como um bom vinho português, ela é suave e marcante. E a nossa amizade fica cada vez melhor com o tempo. É uma espécie de irmã mais nova que nasceu antes de mim.
Mimá-la é uma delícia. É impossível conceber a vida sem a presença dela.
Sem as brincadeiras, sem as piadas, sem o afeto, sem tudo que só quem sabe ser amigo é capaz de entender. O entendimento é tanto, que é capaz de resistir à tensões e stress, basicamente na base do diálogo. Que aliás, deveria ser a base para qualquer relacionamento.
A primeira vez que eu a vi, era uma grávida lindíssima em plena orla de Ipanema, trazendo em seu ventre àquela que seria o meu amor maior: a minha afilhada Luísa.
O tempo foi passando,o ano foi correndo, a gente foi se conhecendo melhor, enfrentamos muitas coisas juntas e eu fui vendo que aquela amiga era também minha irmã, minha mãe, minha confidente, minha comadre.Era (e é, será sempre!) alguém que eu queria (E quero, quero muito e quero sempre) por perto, alguém cuja companhia me faz bem, alguém cujo carinho me preenche em muitos aspectos.
E será assim eternamente. ("Que bom que todo dia vai ser sempre assim" - Jota Quest)
Tenho vontade de cuidar, proteger, poupá-la de tudo, botar no colo, evitar que qualquer tipo de preocupação ou sentimento ruim a alcance. Há coisas que talvez eu não possa impedir, mas quero estar sempre junto delas as duas para dar toda a força que for necessária.E a vida será sempre linda!
E tenho a mais absoluta certeza de que ela está entre as pessoas que eu mais amo na minha vida.Para sempre." Extraído de paularego.blogspot.com

Modelos de Pedro Pascoinho



Para contemplar no site http://www.pedropascoinho.com/

Dias de luz, para mais um ano luminoso e cheio de paz nos trópicos



Seresta Moderna, domingo 18 horas, eu vou!


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O tempo dos cravos na boca: Libertatis amans et fidei tenax.


Não é Abril mas sinto como se fosse hoje um abril intenso e demorado que se atrasou a amanhecer e que acordou ainda em lágrimas, aos soluços se vestiu de vermelho intenso e foi servir de escudo na batalha do quadrado.
Um tempo de flores e de velas, de salva e mirra para agradecer. Um alvo de sangue rubro e cansado de correr mas são.
E na Gestinha eu sentava num tronco qualquer ou deitada na erva, olhava o poço de água e sonhava com edifícios grandes e casas alvas, janelas largas e lugares amplos, sorrisos geométricos e um pouco de paz e alguns beijos longos num silêncio apolíneo que me trouxesse a esse lugar de sol rodeado de verde a cada dia.
Ainda lembro das coisas que escrevia nesse tempo de "cravos na boca":
Trago na cintura dos dedos os timpanos
para poder decorar a sinfonia das ervas;
rogar tramas aos mais rasteiros bichos
e com o rumor das velhas larvas aprender a estrelar o céu dos nados
e a calcar o chão dos mortos.
Esses mortos são alguns que estão plantados lá e que eu amo demais. A minha árvore que foi podada cedo e eu, com barro e terra, aprendi a amar sem saber porquê. E ainda ouço essas pessoas cantar no meio das terras semeadas, das plantações de milho e de pasto, das valas com agrião e girinos, dos enchertos de pessegueiros, das pereiras em flor todo o ano. A sua melodia tilinta-me nos ouvidos e dói só de pensar que estou aqui só, sem raiz e sem época.Tenho saudades.
Ligari enim homo potest et invitus; velle autem non potest invitus. [S.Anselmo] "Pode o homem ser amarrado mesmo contra sua vontade; mas não pode ser forçado a querer".

Conta-me histórias daquilo que eu não vi. Ouvir histórias é como comer cerejas.


Para quem gosta de uma boa "love history", uma música no ouvido dá um pouco de alento e faz-nos pensar que é real. Eu acredito. Como é difícil não querer acreditar. Ainda contando histórias, que mais eu quero? Já dizia  o amigo Forest Gump "Life is like a box of chocolates, you never know what you're gonna get.." Eu que amo chocolate, quero um daqueles com passas com sabor a vinho tinto e licor de amendoas e cerejas, pode ser.


Agora que pousas a cabeça

Na almofada e respiras satisfeita
Quero teu amor
Sem sentido nem proveito
Agora que repousas
Lentamente sinto a curva do teu peito
Procuro o segredo do teu cheiro
Do teu cheiro
Juntos fomos correndo lado a lado
Juntos fomos sofrendo ter amado
Amas a vida e eu amo te ati
Conta-me histórias daquilo que eu não vi
Conta-me histórias que eu não vi
Logo juntas a tua roupa
E dizes que a vida está lá fora
Passou a minha hora
Juntos fomos correndo lado à lado
Juntos fomos sofrendo ter amado
Amas a vida e eu amo-te a ti
Conta-me histórias daquilo que eu não vi
Conta-me histórias que eu não vi...
Que eu não vi... 


Para ouvir e se apaixonar: http://www.youtube.com/watch?v=KjcFXyhFJLM&feature=related

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Acreditar em nós de Jay Jay Johanson no meu ouvido



It started out quite badly

It only got worse
She said that it depended on
What's mine but I know
It depended on what's hers
It could have been perfect
I guess you thought it was
You didn't understand what
Was wrong 'til I told you
It wasn't worth the cost
I thought it would be easy
To break up with you
But now when we've reached
This certain point I'm no
Longer sure how to do
Of course you won't be sorry
You've always said you're bored
It's better if it ends right
Here and now or maybe it'll
End up in the north
Oh darling please
You believe in me
I believe in you


Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=KyQCRx0e2Dw&NR=1

So tell the girls that I am back in town, Jay Jay Johanson no meu ouvido

I've been on the road
I've been on vacation
I've been travelling light to reach my final
destination
Now I'm coming home
So tell the girls that I am back in town
You'd better tell them to beware
Well they may go or they might try to hide
I follow on and I'll be there
So tell the girls that I am back in town
And if it's true I do not know
That every girl around had missed me since
I decided to go
I could be your friend
I could be your stranger
I could be the one your mother said would be a
danger
Now it's up to you


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=vQJmgWITlvI&feature=related

Um Grotowski para me entender com a antropologia teatral.

Seria quase impossível eu não escrever mais alguma coisa, fiquei me movendo na cadeira até saber o porquê de escrever mais sobre este assunto. Essa "alguma coisa" resume horas e horas a fio que passei trauteando seu trabalho físico no salão nobre da Assembleia Figueirense há uns anos idos, eu estava entre os 13 e os 14 e ainda não entendia bem essa história de ações físicas mas minha "mente aberta"  dizia que deveria executar aqueles movimentos desconexos até à exaustão, e depois repetir e depois fazer frases de movimento e depois coordená-las com outras e depois sonorizá-las e depois mostrá-las a uma platéia em arena e me comover com sua percepção. E tudo vinha de dentro de cada um, da experiência, das vivências, dos traumas, da felicidade, das memórias, dos medos para uma superação. Lembro-me de criar um toureiro, depois um exército de formigas fazendo um cortejo, vi campos de arroz e desenhos de fenix, criei uma trilha de "comboio" para tornear minhas emoções quando já estava num limite, e se dizia "trabalha em cima do cansaço", o corpo responde. Meu grupo de trabalho estava além de mim uns 10 a 20 anos, eu era a "pequena pupila" mas era incansável em dar o corpo à luta. Apresentámos nosso espetáculo uns sete ou oito meses depois e umas centenas de horas de corpo maltratado e musculado pelo treino. Esse mesmo corpo são e feliz com os resultados a olhos vistos, com a experiência de "voar" sem asa. E foi essa minha incursão na arte de representar. Depois disso lembro-me dos múltiplos ensaios já no Teatro Anú, no romântico Teatro Trindade da Figueira da Foz. Percorríamos os camarotes como feras de circo e dávamos àquela comunidade de pescadores, lá bem no alto, o que eles chamavam de pudor. E nos assistiam atentos, nossa platéia lotava e até a saudosa atriz Adelaide João nos veio prestigiar.
Na visão de Grotowski, o fundamental no teatro é o trabalho com o público, não sãos os cenários e os figurinos, a iluminação, os escapes em forma de adereço. Estas coisas são apenas "armadilhas", se elas podem ajudar a experiência teatral são desnecessárias ao significado central que o teatro pode criar.
Nós trabalhávamos com poucos artifícios, segundo meu professor e "mestre", José Abreu Fonseca, líder da Companhia Teatro do Morcego - Laboratório Oficina de Coimbra, o teatro pobre de Grotowski significava eliminação do estético e do desnecessário, deixando o ator vulnerável e sem qualquer artifício. Nosso cenário era reduzido a um quarto forrado de "jornal do dia", as vestimentas eram simples de forma a valorizar o corpo, usávamos pequenos objetos simbólicos que seguiriam em cena como um objeto que evolui no tempo, que se transforma como um campo de trigo ao longo das estações do ano.
Não existia o "preto" porque é a cor da anulação e da neutralidade, focávamos nossa atenção no fauvismo das cores.

"Homem Arbore" meu monólogo, no Teatro do Morcego - Laboratório Oficina, Coimbra.
O método era quase sempre formatado no início da sessão, começava pelas acções físicas, os exercícios plásticos, o isolamento de cada um por si só. Após esse primeiro momento (que poderia demorar horas) partia-se para o segundo da improvisação individual e depois coletiva onde nossos corpos viravam uma massa chamada de "choldra" que poderia começar num braço de um e acabar na face de outro numa espécie de aglomerado de corpos.

Trabalhávamos artes marciais e métodos de dança clássica e étnica. A área de representação era ilimitada mas havia sempre um ou outro objeto que marcava esse limite. Nada nesse palco infinito era feito ao acado nem usado como enfeite, nada era supérfluo. Usávamos já um equipamento de luz e som de luxo (apesar desses conceitos todos), trabalhávamos com banda ao vivo e era tudo meticulosamente estudado para que o ritual acontecesse em comunhão com o público e no final sintetizando tudo, o teatro como a "arte toda", a síntese de todas. Assim se criava uma poética, que ao contrário do está escrito e mal entendido por algumas cabeças duras, era uma arte rica e com glamour.

Acontece no nosso Rio: fisicalidades de Grotowski bem aqui.



SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE GROTOWSKI 2009
Uma vida maior do que um mito
Para quem ainda tem algumas dúvidas sobre "teatro físico" ou apenas quer saber um pouco sobre um dos grandes mestres do teatro do século XX. Ele é Grotowski, seu nome fica no corpo de quem ousa experimentá-lo porque é um método e uma inspiração para quem faz do teatro uma rotina.
Jerzy Grotowski (Rzeszów, 11 de agosto de 1933 — Pontedera, 14 de janeiro de 1999) foi um diretor de teatro polonês e figura central no teatro do século XX, principalmente no teatro experimental ou de vanguarda. O seu trabalho mais conhecido em português é "À procura de um Teatro Pobre", onde postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psico-físico do ator. A melhor interpretação deste "teatro pobre" poderia ser "teatro santo" ou "teatro ritual". No seu teatro Grotowski leva o trabalho corporal às últimas conseqüências. Divide a movimentação cênica em ações físicas (as já elaboradas por Constantin Stanislavski) mas com um novo sentido corporal, buscando um teatro mais ritualístico, mais íntimo e mais sensório. Um dos seus assistentes e responsável pela divulgação e publicação de seus trabalhos é o hoje famoso teatrólogo Eugenio Barba. Seu ator fetiche foi Cieslak (nas fotos à direita) que aparece em enúmeras apresentações de seu trabalho em vídeo. Cieslac é um atleta, é um "animal", tudo no seu corpo está em completa abertura para a cena, é impressionante seu domínio e sua cadência.

Os convidados internacionais para o evento são: Ludwik Flaszen; François Kahn; Ferrucio Marotti; Fernando Montes; Cláudia Tatinge Nascimento; Carla Pollastrelli; Luisa Tinti.
Dos nossos conta-se a presença da diretora Celina Sodré e do invejável ator Cacá Carvalho. O programa de festas de dia 30 novembro a 06 de dezembro e mais informações no site: http://www.grotowski2009.com.br/


Cacá Carvalho em "O Homem com Flor na Boca"

sábado, 21 de novembro de 2009

Lusíadas em sonhos de Betânea e meus também, pelo meu bem e pela minha nostalgia, no meu ouvido

Sonhei que estava um dia em Portugal

À toa ..
num Carnaval em Lisboa
Meu sonho voa além da Poesia
E encontra o poeta em Pessoa
A lua mingua
E a língua Lusitana
Acende a chama
E a palavra Lusíada
Na via pública
Em forma de música:
Lusíada, Lusíada, Lusíada...
Anda Luzia, pega o pandeiro e cai no carnaval

Anda Luzia, que esta tristeza te faz muito mal.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pó de arroz, um arroz com gorgulho talvez, embalo para um pensamento pueril

Quando a idade é de descoberta e se ganha, num dia após o outro, a noção de paz, proximidade com o universo e consciência de "tábua rasa".  Essa idade é a pueril, aquela que nos embala de uns anos para os outros e que nos fica na memória e na pele como esse pó-de-arroz de Carlos Paião me ficou assim num eco no meio do vento daquele lugarejo. É um para sempre jovem, para sempre lindo, para sempre pueril na memória, tocando "na veia" depois.

Enquanto essa música lembrar uma geração sequiosa de emoção e nostalgia, esse tempo ficará no nosso de hoje como um tempo de cerejas, efémero mas um tempo que deu à luz. E esse Carlos sempre me lembrou o meu padrinho e fica assim me parecendo ele sempre!(Risos) Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=zgU3jCmcpPc&NR=1

Ou numa versão mais moderna de Tiago Bittencourt: http://www.youtube.com/watch?v=G-tX__ehE8c&feature=player_embedded

Pó de Arroz,

Na face das pequenas
Será beleza apenas, só
Uma corzinha com

Pó de arroz
Rosa é, mulher o pôs
E o homem vai nas cenas

Eva e Adão outra vez
É como enfeitar um embrulho
Arroz com gorgulho talvez

Pó de arroz
Do teu arrozal
Esse pó que é fatal
És a tal que me encanta com

Pó de Arroz
Não faz nenhum mal
É de arroz integral
Infernal, quando chegas com

Todo o teu arroz

Pó de Arroz
Tens hoje só pra mim
Pós de perlimpimpim
És um arroz doce sim

Pode ser
Um canto de sereia
Serei a tua teia
E tu serás meu algoz
Mas quando te vais alindar
Alindada vens dar no arroz

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Antropologia visual de João Cesar Monteiro.


João César Monteiro das Neves nascido na Figueira da Foz a 2 de Fevereiro de 1939, foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens diretores que se lançaram no movimento do Novo Cinema português. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta, como realizador, ele prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira no "Acto da Primavera", ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visual. "Veredas e Silvestre" é um exemplo desse movimento amplamente explorado no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado e, recentemente, Pedro Costa.


Un paysan dans les nuages, "um qual carapuça" das gândaras.


Um segredinho, "qual carapuça", é antes algo que só pode ser notado a "olhos vistos" se cair na alçada do povo e se nos lembrarmos de detalhes. Mas certas coisas o povo não quer que a gente saiba. Um dia assisti ao nascimento de dois cabritos, minha mãe foi a parteira, com sua visão de sábia, ela perfurou o saco das águas e os bichinhos nasceram. Depois lembro-me deles andando em cima no murinho estreito do poço de rega perto da eira. Outro episódio igualmente "retalho de minha mente" foi uma galinha poedeira que engoliu demasiado milho de uma vez só vez... A quantidade atravessada em sua garganta impedia-a de respirar, estava sufocando, estava agonizando! Minha mãe ou minha minha avó, uma das cirurgiãs de serviço, abriu o pescocinho do bicho e retirou o excesso atravancado em sua garganta. De seguida fechou o golpe com linha de costura e a ave sobreviveu. Essa ainda pôs muitos ovos mas cacarejar,"lavado seja Deus", isso seria pedir muito. Lembro-me de apanhar morangos verdes do quintal, amoras silvestres, figos no tempo deles, uvas para pisar, ameixas e laranjas. E tanta gente tem um laranjal e passa horas à sombra na conversa e comendo laranjas porque o mais penoso nestas tardes é apanhar batatas num sol escaldante..."Amar a dor" ou "amardor" como queiram chamar a esta preposição gândareza, eis a questão. De vez em quando é bom lembrar certas façanhas.

Diz à terra que não coma as tranças do meu cabelo.

"Aproxima-se o momento em que com a ajuda do fogo subirei éter aquilo a que chamais morrer e que vos enche de terror" assim falava a filha do grande Indra no Sonho de Strindberg. E assim começou.
As idéias começaram a ferver durante épocas de frio e de gelo. Giestas e videiras em flor sempre na minha cabeça. Quando num baile assim sem querer estar ali, um desconhecido que conhece o teu anseio de sair, te convida para dançar e tu sais. Tu sais dali. Sais de repente, sem razão e sem culpa. Não era esse, era outro, pensas sem querer ficar. E eu sigo como se fosse hoje como se fosse ontem e como se o amanhã tardasse e as flores caem, as folhas caem e o mundo se veste de novo com seus vestidos de noite. As oliveiras amadurecem, os seus frutos que rendem o melhor dos nectares se dividem em veios e correm de um rio para o outro.

E assim se começa o dia com um "Ai Solidom" no ouvido.
"Se passeares no adro - ai solidom solidom
no dia do meu enterro - ai ai ai ai ai
diz á terra que não coma - ai solidom solidom
as tranças ao meu cabelo - ai ai ai ai ai
Ó bonequinha agora agora, ó bonequinha
ó bonequinha agora já
se te apanhasse aqui sozinha, ó bonequinha
dava-te um beijo na carinha,
ó bonequinha, ó bonequinha.
A Oliveira se queixa,
se queixa e tem razão,
que lhe comem a azeitona,
deitam-lhe a folha ao chão." na voz de Dulce Pontes
Para ouvir e se deleitar: http://www.youtube.com/watch?v=_L02bGa9bdA&feature=PlayList&p=3B3E15C53A89F0B9&playnext=1&playnext_from=PL&index=15

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

"O Cirquinho de Luísa" no Teatro Cândido Mendes!


Nosso Cirquinho continua na sua bela rotina de final de semana com a criançada pré infantil, os bebês mais lindos do mundo frequentam o espaço sagrado desse Teatro tão acolhedor como nossa própria casa. Para conferir e levar seu bebê, de 06 meses a 06 anos, o espetáculo está em cartaz todos os sábados e domingos, às 15 horas no Teatro Cândido Mendes, Ipanema!

É tempo

É tempo de agir sobre nós e sobre o mundo. O espaço entre aqui e ali é curto, o contato com o que nos faz estremecer de prazer é muito fugaz. Há que fazer valer o que a experiência nos ensina, o que a idade se cansa de nos chamar a atenção. E essa roleta gigante gira e se lhe perdemos o rasto ela gira cada vez mais veloz e mais brilhante e nós apagados no chão.
Um help qualquer sempre ajuda, mas este é brilhante, viva os monstros da pop:


"Hoje faço 99 anos" by Liliana Rosa, 2002

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Nirvana de Miguel Torga



Anteriormente me defini amante de Miguel Torga, me considero sua fiel confidente já que li seus diários afincadamente e há poemas ainda que me habitam um dos lados do cérebro, como é o caso de Nirvana. Quando alguém me fala em montanhas, vem-me imediatamnente à boca o poema inteiriço sem que eu o queira declamar (mas apenas ouvir com a minha voz, para o considerar meu) e vai até ao fim sem que eu o possa parar: "Asas nos pés e o céu desnecessário" e ponto final.

"Paz nas montanhas, meu alívio certo.

O girassol do mundo, aberto,
E o coração, a vê-lo, sossegado.
Fresco e purificado,
O ar que respira.
Os acordes da lira
Audíveis no silêncio do cenário.
A bem-aventurança sem mentira:
Asas nos pés e o céu desnecessário."
Diario VII de Miguel Torga

António Variações Sempre Aqui.



Esta música de António Variações é tudo. É pelo poema, é pelas palavras, é pela música é pelas imagens saborosas que a música sugere, pelos odores que lembram o outro lado do mediterrâneo. Amo demais os deste lado mas não posso tirar os 20 anos que vivi como um fóssil na terra. É como se lembrasse aqueles antigos que sabem apenas pelo soprar do vento como vai ser o dia de amanhã. Aquela visão deitada do circulo verde que rodeia o nosso mundinho - quando estamos deitados no meio da erva é só o que se vê por lá circulando um céu também circular como uma gema e profundo.
Ei-la a música que acabo de "re-play"10 vezes e poderia ouvir outras 10 e depois outras 10 e assim por diante...

"Só eu sei que sou terra

Terra agreste por lavrar
Silvestre monte maninho
Amora fruto sem tratar

Só eu sei que sou pedra
Sou pedra dura de talhar
Sou joga pedrada em aro
Calhau sem forma de engastar

A interpretação é o que quiserem dar
Não tenho jeito p'ra regatear
Também não sei se eu a quero aumentar
Porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
Também não sei se me quero limar
Também não sei se quero fugir
Deste animal, deste animal

Também não sei se me quero polir
Também não sei se me quero limar
Também não sei se quero fugir
Deste animal, que anda a procurar

Só eu sei que sou erva
Erva daninha alastrar
Joio trovisco ameaça
Nas ervas doces de enjoar

Só eu sei que sou barro
Difícil de se moldar
Argila com cimento e saibro
Nem qualquer sabe trabalhar

Em moldes feitos não me sei criar
Em formas feitas podem-se quebrar
Também não sei se me quero formar
Porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
Também não sei se me quero limar
Também não sei se quero fugir
Deste animal, deste animal

Também não sei se me quero polir
Também não sei se me quero limar
Também não sei se quero fugir
Deste animal, que anda a procurar"

Para ouvir "erva daninha" é só seguir o link:
http://www.youtube.com/watch?v=iT7XOrNsEJU&feature=player_embedded

domingo, 4 de outubro de 2009

Estréia do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá



"Personalidade", 2006


"Mulheres e Moinhos", Rio de Janeiro 2007





"O trabalho é feito com a disciplina de um atleta e a alma de um poeta"



The Reader, dos melhores filmes do ano.

Kate Winslet está mostrando que é uma das novas apostas do Cinema de hoje, da sua geração é sem dúvida a melhor. Linda como sempre e sem medo de perder, no telão, a beleza e delicadeza, ela se lança nesse desafio incorporanmdo uma mulher mais "velha"/"vivida" (logo no início do filme) com traços mais rudes. Com o desenrolar da trama entendemos o porquê da rudeza desta mulher. Seu desempempenho é sem dúvida um exemplo de que atrizes não precisam de envelhecer para interpretar bem. O diretor consegue dar a sensualide de um relacionamento entre uma mulher mais velha e um jovem adolescente sem ferir os olhos do expectador, com muita sensibilidade, sensualidade e glamour.



"Se a história de Michael Berg (Ralph Fiennes) esconde um segredo de adolescência, a de Hanna Schmitz (Kate Winslet) não lhe fica atrás no mesmo propósito: esconder um segredo da sua juventude. A revelação de ambos os seus segredos é ao mesmo tempo o caminho da reconciliação com os seus fantasmas. Argumento pesado, que mexe com a culpa da nação Alemã decorrente da 2.ª Guerra Mundial, “O Leitor” é um filme que não nos deixa indiferentes(...)." Extraído de pregosnoprato.worldpress.com.


sábado, 3 de outubro de 2009

Tapete vermelho dia 09 de Outubro no Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá!


"Efeito Sanfona" é a nova aposta do cinema novo nas salas cariocas, mas antes terá sua estréia triunfante no Festival de Cinema de Cuiabá dia 09/10. Com a previsão da presença de algumas personalidades da nova era de cineastas, nomeadamente Letícia Sabatela que apresenta seu documentário "Hotxuá" (também no dia 09/10), o Festival decorrerá no Cine-Teatro de Cuiabá entre dia 05 a dia 12 de Outubro.

Aujourd'hui


Revisitar tempo idos faz-nos lembrar coisas que nossa mente já havia engavetado. O mundo virtual é um amigo e um inimigo, é fácil achar tudo apenas com uma pequena referência, uma palavra, um tom, um nome, uma abreviatura, um lugar, uma pessoa...o Sr. Google sabe de tudo e de todos. Durante minhas andanças de "travelling light" acabei deixando para trás inúmeras coisas que gosto de ter por perto, alguns livros, algumas fotos, alguns caderninhos com rabiscos, alguns CDs não muito fáceis de achar em terras maravilhosas. Eis uma das músicas que marcou os meu final dos anos 90: Travelling Light.O melhor de tudo é a orquestra que envolve as vozes. À falta de Youtube no ar (o "inimigo" que referi anteriormente), acabei achando a música em mp3 no blog de um conterrâneo.O blog do site do jornalista Luís Filipe Catarino tem esse nome "travelling light", tem fotos lindas, notícias da terinha, além mar e além mapa e ainda leva a informação ao universo porque é bilingue.
Voltando ao inimigo, a informação é incompleta e muitas vezes errada, faz-nos perder muito tempo para achar o que procuramos.
Mas a evolução é tudo, essa era da máquina, prevista por Alberto Caeiro, é simplesmente arrebatadora. Cada dia há um novo grito de novidade tecnologica. A comunicação é direta e a cores com o outro lado do planeta sem custos, sem grandes façanhas, só com um simples clic.

Rio de Janeiro



Je Voudrais un bouteille de Vin, s'il Vous Plait