domingo, 6 de dezembro de 2009

Os bebês e a aprendizagem dos momentos. A arte da contemplação do Presépio.


A arte com função cognitiva ou mero recreio? Os dois. Como entender o porquê da chamada "recreação" ser tão importante na formação de nossos bebês! Para os mais pequenos basta o sentido do próximo, da partilha. Qualquer evento vale, seja show de música, concerto formal, ópera, orquestra, teatro, exposição, natureza, bichos, observar um presépio na rua e/ou qualquer outro evento que tenha a base a contemplação do belo e do próximo a si e seus mais queridos familiares. Hoje observámos presépios na cidade, a pequena Luísa ficou deslumbrada com as peças de barro. E mais quando esses objetos de areia sólida tomam vida através de nossa imaginação, de associações que a criança possa identificar como signos já sabidos através de livros e ilustrações. Se o Natal é partilha, há um menino que nasce, há várias pessoas que o adoram e lhe trazem presentes, tem dois animais, vaca e burro, que estão cuidando e "embalando" seu leito, tem sua mãe Maria e seu pai José que não cabem em si de felicidade. Tem outros que trazem frutas, trazem objetos de valor, ervas, trazem ovelhas no colo. Todos esses animais sonoros que criam uma sinfonia maravilhosa nesse Natal abençoado pelos anjos e suas harpas. Tem as conversas das pessoas, a chegada dos pastores, as saudações, a alegria e a festa e os camelos que chegam de longe sedentos. Há alguns anos eu fazia meus presépios com meus dois sobrinhos, Carlos e João. Agora Carlos é quase adulto e João quase adolescente. Caminhávamos pelo chão de terra até ao pinhal, levávamos um carrinho de mão (chamado de carreta) para colher coisas do mato. Vasculhávamos até ao lugar mais serrado para achar o musgo mais verde, fresco e mais são que pudesse durar o Natal todo. Apanhávamos pinhas, galhos, pedras, areia branca para desenhar o caminhos dos reis e regressávamos prontos para construir o pequeno santuário onde o menino iria nascer. O lago era essencial. Sempre tinha de haver um lago para que os animais que vinham de longe se abastecessem de água sagrada. O lago se transformava em lago dos desejos, onde os adultos colocariam moedas para as crianças que construíram o presépio. E assim ficava até aos Reis em Janeiro.

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