quarta-feira, 28 de maio de 2008

Caipirinha sempre!


Ingredientes: 1 limão de casca fina- 2 colheres (chá) de açúcar- 2 doses de cachaça Janeiro ou Velho do Barreiro- Gelo em cubos e hortelã (opcional).

Retire as pontas e corte o limão em duas partes. Removendo de cada uma delas a parte central (branca) do bagaço. Isso evita que a bebida se torne amarga. Coloque o limão e o açúcar em um copo e, com um socador de madeira, amasse bem até que vire uma calda grossa. Acrescentar primeiramente o gelo e um pouco de cachaça, misturar bem e depois levar a uma coqueteleira com o restante da cachaça e o hortelã, misturar tudo com gelo e servir.
Impossível tomar uma só. Caso esteja na praia em Ipanema, pode apostar numa boa caipirinha na barraquinha da Bahiana.

A garota de Ipanema


Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem que passa
Num doce balanço
Caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado
É mais que um poema
É a coisa mais linda
Que eu já vi passar
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho
Se enche de graça
E fica mais lindo
Por causa do amor

Serge Gainsbourg


Je suis l'homme a tete de chou
Moitie legume et moitie mec
Pour les beaux yeux de marilou
Je suis aller porter au clou ma remington
Et puis mon break
J'etais a fond de cale a bout de nerfs,
J'avais plus un kopek
Du jour ou je me mis avec elle
J'perdis a peu prés tout
Mon job,la feuille de chou a scandale
Qui me donnait le beefsteack
J'etais fini,foutu, echec et mat au yeux de Marilou
Qui me traitait comme un blanc-bec
Et me rendais a moitié coucou
Ah non tu peux pas savoir mec,
Il lui fallait discothéque et bouffer au Kangourou club
Alors je signait des chéques sans provisions
J'etais fou,fou
A la fin j'y fis le caillou
Comme un melon, une pasteque mais,moment!
je vais pas tout deballer comme ça aussi sec
Quoi moi, l'aimer encore? des clous Qui et ou suis-je ?
Chou ici ou dans la blanche ecume
Varech sur la plage de Malibu

La Vie en Rose de Edith Piaf

Des yeux qui font baisser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ça me fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est lui pour moi.
Moi pour lui
Dans la vie,
Il me l'a dit, l'a juré pour la vie.
Et dès que je l'aperçois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat
Des nuits d'amour à plus finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Les ennuis les chagrins s'effacent
Heureux, heureux à en mourir.
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour...

Balthus - o último moderno

‘‘O olhar converteu-se em contato, ser visto com atenção é ser tocado.’’ A frase dita por Marie Pierre Colle Corcuera dá a dimensão erótica da obra de Balthasar Klossowski de Rola, o pintor francês Balthus. Marie Colle foi uma das muitas adolescentes retratadas pelo pintor, juntamente com duas irmãs que posaram para o sensual quadro As Três Irmãs, realizado há mais de 40 anos. Suas recordações falam de um homem dedicado à tarefa de recriar corpos e olhares, em um ambiente de concentração e escassas palavras. Último remanescente do que se poderia chamar a idade de ouro da pintura moderna, Balthus é também um exemplo de artista enigmático que raras vezes permitiu ou facilitou a exploração de seus dados biográficos para a interpretação e análise da obra que construiu. Muitas dúvidas persistem sobre as razões de seu principal tema. A retratação repetitiva de adolescentes era uma obsessão sexual ou um mero jogo, um assunto escolhido para compor um discurso sobre as transformações vividas pelo corpo? Com sua morte, devem vir à cena estudos que analisem a questão mais detalhadamente. O que se sabe é que as meninas-mulheres de Balthus parecem guardar um enigma. Em cenas aparentemente banais que reproduzem mocinhas lendo, dormindo ou devaneando, o ambiente é perturbado pela conotação erótica, como em Menina e Gato, de 1937, ou O Jogo de Cartas, de 1948-1950, na verdade um jogo de sedução, com temores e desafios, entre dois adolescentes. Os corpos ainda não completamente formados e, muitas vezes, a imagem de um gato na espreita delineiam o quadro da infância. Mas o olhar das meninas, ardente, às vezes perverso, indica o despertar violento da tomada de consciência do poder da sexualidade. Esse olhar, essas composições de silêncio e solidão fornecem às obras um aspecto melancólico, quase trágico, carregado de erotismo, mas sem conotação pornográfica. Um crítico norte-americano costuma dizer que o artista queria com tudo isso referir-se à natureza sagrada do erotismo, esse movimento, como já disse um amigo de Balthus, Georges Bataille, cujo fim é alcançar o ser no que tem de mais íntimo. O próprio Balthus ajudou a aumentar a carga de ambigüidade na análise de sua obra. Negou muitas vezes o aspecto erótico, mas dizia que gostava de chocar. Esse dândi aristocraticamente reservado, no final da vida, se tornou mais acessível e concedeu algumas entrevistas que no futuro poderão ajudar na leitura de seu trabalho. ‘‘Eu não compreendo por que as pessoas vêem as pinturas das garotas como Lolitas. Minha pequena modelo é absolutamente intocável para mim’’, disse ao crítico de arte do The New York Times, Michael Kimmelman, em 1996. A um outro entrevistador, entretanto, comentou que preferia trabalhar com modelos meninas porque elas representam uma mescla de sensualidade inocente que uma mulher jamais tem. Jed Perl, crítico de arte do The New Republic, em longo artigo publicado em 1999, comentou que as meninas de Balthus não são vítimas, elas habitam um mundo de sonhos delas próprias. E há quem diga que a fábula das adolescentes não tem nada a ver com uma obsessão sexual, exceto aos olhos de quem contempla. O tema das adolescentes lânguidas deverá desafiar ainda muitos historiadores de arte. Polêmicas desse conteúdo à parte, o certo é que Balthus deixou importante e qualificado legado. O catálogo raisonne de seus trabalhos inclui 2.100 obras, das quais 350 são pinturas. Avesso a filiações, era enfático em dizer ‘‘eu não sou um pintor moderno’’. Contemporâneo de Pablo Picasso, Alberto Giacometti e Juan Miró (a quem retratou com a filha Dolores), ele nunca se sentiu à vontade em pertencer a grupos, correntes de pensamento ou estilo, embora sempre tenha sido classificado como um pintor realista. Diferentemente dos pintores norte-americanos do século passado, para quem a abstração era o fundamental, para os europeus a figuração manteve sua importância ao longo do século 20 (é bom recordar a obra do inglês Lucian Freud). Balthus permaneceu fiel a essa orientação, já apontada no seu primeiro livro de desenhos, intitulado Mitsou: Quarenta Imagens de Balthus, lançado quando tinha 13 anos, com introdução de Rainer Maria Rilke, amigo e admirador de sua mãe, que funcionou para o jovem Balthus como uma espécie de preceptor informal. A convivência com Rilke (e sua influência) também é outro aspecto da biografia do artista a ser estudado. Alguém já disse que Balthus é um artista de quem nada se sabe. Até mesmo o título de conde que passou a anteceder seu nome, depois da morte do pai, em 1949, muitos dizem ser parte da lenda que inventou para si mesmo. De concreto ficou a obra espetacular, pungentemente erótica, de um criador que insistia ser apenas mais um trabalhador. ‘‘Eu não pinto para interpretar ou transmitir mensagens. Eu apenas pinto’’, continuou dizendo até a morte. Graça Ramos, em especial para o Correio.

Joaquim Namorado - Poeta da Incomodidade

Joaquim Namorado viveu entre 1914 e 1986. Nasceu no Alentejo, licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc. Obras poéticas: Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966). Ensaio: Uma Poética da Culutra (1994).)Dizem que foi o Joaquim Namorado quem, para iludir a PIDE e a Censura, camuflou de “neo-realismo” o tão falado “realismo socialista” apregoado pelo Jdanov...Entre muitas outras actividades relevantes , foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos do Karl Marx, mas assinados com o pseudónimo Carlos Marques. Um dia, apareceu na redacção um agente da PIDE a intimidar: “ó Senhor Doutor Joaquim Namorado, avise o Carlos Marques para ter cuidadinho, que nós já estamos de olho nele”...No concelho da Figueira – considerava-se um figueirense de coração e de acção. Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada á total defesa dos interesses do Povo. Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal Barca Nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa. Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional.Santana Lopes, quando passou pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado."Fiquei em Coimbra a vender lições como quem vendia tremoços", dizia ele para explicar que teve de viver de explicações!

"A poesia é uma máquina de produzir entusiasmo e é preciso que os versos sejam verdadeiros na vida dos poetas como a tua mão erguida sobre os anos futuros."

"Então os teus versos estarão na primeira fila dos pioneiros cobertos de cicatrizes
porque fizeram todo o caminho do tempo multiplicados por milhões de vozes pela alta potência dos alto-falantes como uma bandeira erguida sobre os anos futuros."

"Antropofagia. O poeta devorou a musa, roam-lhe agora os ossos."

João Cesar Monteiro

Um cineasta português marcante pela sua constante irreverência. Nomeadamente em "Branca de Neve" (2000), filme envolto em polémica e discussão devido à ausência de imagens durante quase todo o filme, facto esse que leva alguns a não considerar esta obra um filme embora tenha sido criada para o cinema. Diz-se que todo o filme foi rodado como é habitual mas com um pormenor, o diretor colocou um casaco na frente da lente da câmera, propositadamente, impedindo a gravação de imagens...só o som foi registado.

"João César Monteiro (Figueira da Foz, 2 de Fevereiro de 1939Lisboa, 3 de Fevereiro de 2003) foi um cineasta português. Integrou o grupo de jovens realizadores que se lançaram no movimento do Novo Cinema. Irreverente e imprevisível, fez-se notar como crítico mordaz de cinema nos anos sessenta.
Prossegue a tradição iniciada por Manoel de Oliveira (Acto da Primavera) ao introduzir no cinema português de ficção o conceito de antropologia visualVeredas e Silvestre (filme) —, tradição amplamente explorada no documentário por outros cineastas portugueses como António Campos, António Reis, Ricardo Costa, Noémia Delgado ou, mais tarde e noutro registo, Pedro Costa.
Segue um percurso original que lhe facilita o reconhecimento internacional. Várias das suas obras são representadas e premiadas em festivais internacionais como o Festival de Cannes e o Festival de Veneza (Leão de Prata: Recordações da Casa Amarela)."