quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Diz à terra que não coma as tranças do meu cabelo.

"Aproxima-se o momento em que com a ajuda do fogo subirei éter aquilo a que chamais morrer e que vos enche de terror" assim falava a filha do grande Indra no Sonho de Strindberg. E assim começou.
As idéias começaram a ferver durante épocas de frio e de gelo. Giestas e videiras em flor sempre na minha cabeça. Quando num baile assim sem querer estar ali, um desconhecido que conhece o teu anseio de sair, te convida para dançar e tu sais. Tu sais dali. Sais de repente, sem razão e sem culpa. Não era esse, era outro, pensas sem querer ficar. E eu sigo como se fosse hoje como se fosse ontem e como se o amanhã tardasse e as flores caem, as folhas caem e o mundo se veste de novo com seus vestidos de noite. As oliveiras amadurecem, os seus frutos que rendem o melhor dos nectares se dividem em veios e correm de um rio para o outro.

E assim se começa o dia com um "Ai Solidom" no ouvido.
"Se passeares no adro - ai solidom solidom
no dia do meu enterro - ai ai ai ai ai
diz á terra que não coma - ai solidom solidom
as tranças ao meu cabelo - ai ai ai ai ai
Ó bonequinha agora agora, ó bonequinha
ó bonequinha agora já
se te apanhasse aqui sozinha, ó bonequinha
dava-te um beijo na carinha,
ó bonequinha, ó bonequinha.
A Oliveira se queixa,
se queixa e tem razão,
que lhe comem a azeitona,
deitam-lhe a folha ao chão." na voz de Dulce Pontes
Para ouvir e se deleitar: http://www.youtube.com/watch?v=_L02bGa9bdA&feature=PlayList&p=3B3E15C53A89F0B9&playnext=1&playnext_from=PL&index=15

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