segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Acreditar em nós de Jay Jay Johanson no meu ouvido



It started out quite badly

It only got worse
She said that it depended on
What's mine but I know
It depended on what's hers
It could have been perfect
I guess you thought it was
You didn't understand what
Was wrong 'til I told you
It wasn't worth the cost
I thought it would be easy
To break up with you
But now when we've reached
This certain point I'm no
Longer sure how to do
Of course you won't be sorry
You've always said you're bored
It's better if it ends right
Here and now or maybe it'll
End up in the north
Oh darling please
You believe in me
I believe in you


Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=KyQCRx0e2Dw&NR=1

So tell the girls that I am back in town, Jay Jay Johanson no meu ouvido

I've been on the road
I've been on vacation
I've been travelling light to reach my final
destination
Now I'm coming home
So tell the girls that I am back in town
You'd better tell them to beware
Well they may go or they might try to hide
I follow on and I'll be there
So tell the girls that I am back in town
And if it's true I do not know
That every girl around had missed me since
I decided to go
I could be your friend
I could be your stranger
I could be the one your mother said would be a
danger
Now it's up to you


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=vQJmgWITlvI&feature=related

Um Grotowski para me entender com a antropologia teatral.

Seria quase impossível eu não escrever mais alguma coisa, fiquei me movendo na cadeira até saber o porquê de escrever mais sobre este assunto. Essa "alguma coisa" resume horas e horas a fio que passei trauteando seu trabalho físico no salão nobre da Assembleia Figueirense há uns anos idos, eu estava entre os 13 e os 14 e ainda não entendia bem essa história de ações físicas mas minha "mente aberta"  dizia que deveria executar aqueles movimentos desconexos até à exaustão, e depois repetir e depois fazer frases de movimento e depois coordená-las com outras e depois sonorizá-las e depois mostrá-las a uma platéia em arena e me comover com sua percepção. E tudo vinha de dentro de cada um, da experiência, das vivências, dos traumas, da felicidade, das memórias, dos medos para uma superação. Lembro-me de criar um toureiro, depois um exército de formigas fazendo um cortejo, vi campos de arroz e desenhos de fenix, criei uma trilha de "comboio" para tornear minhas emoções quando já estava num limite, e se dizia "trabalha em cima do cansaço", o corpo responde. Meu grupo de trabalho estava além de mim uns 10 a 20 anos, eu era a "pequena pupila" mas era incansável em dar o corpo à luta. Apresentámos nosso espetáculo uns sete ou oito meses depois e umas centenas de horas de corpo maltratado e musculado pelo treino. Esse mesmo corpo são e feliz com os resultados a olhos vistos, com a experiência de "voar" sem asa. E foi essa minha incursão na arte de representar. Depois disso lembro-me dos múltiplos ensaios já no Teatro Anú, no romântico Teatro Trindade da Figueira da Foz. Percorríamos os camarotes como feras de circo e dávamos àquela comunidade de pescadores, lá bem no alto, o que eles chamavam de pudor. E nos assistiam atentos, nossa platéia lotava e até a saudosa atriz Adelaide João nos veio prestigiar.
Na visão de Grotowski, o fundamental no teatro é o trabalho com o público, não sãos os cenários e os figurinos, a iluminação, os escapes em forma de adereço. Estas coisas são apenas "armadilhas", se elas podem ajudar a experiência teatral são desnecessárias ao significado central que o teatro pode criar.
Nós trabalhávamos com poucos artifícios, segundo meu professor e "mestre", José Abreu Fonseca, líder da Companhia Teatro do Morcego - Laboratório Oficina de Coimbra, o teatro pobre de Grotowski significava eliminação do estético e do desnecessário, deixando o ator vulnerável e sem qualquer artifício. Nosso cenário era reduzido a um quarto forrado de "jornal do dia", as vestimentas eram simples de forma a valorizar o corpo, usávamos pequenos objetos simbólicos que seguiriam em cena como um objeto que evolui no tempo, que se transforma como um campo de trigo ao longo das estações do ano.
Não existia o "preto" porque é a cor da anulação e da neutralidade, focávamos nossa atenção no fauvismo das cores.

"Homem Arbore" meu monólogo, no Teatro do Morcego - Laboratório Oficina, Coimbra.
O método era quase sempre formatado no início da sessão, começava pelas acções físicas, os exercícios plásticos, o isolamento de cada um por si só. Após esse primeiro momento (que poderia demorar horas) partia-se para o segundo da improvisação individual e depois coletiva onde nossos corpos viravam uma massa chamada de "choldra" que poderia começar num braço de um e acabar na face de outro numa espécie de aglomerado de corpos.

Trabalhávamos artes marciais e métodos de dança clássica e étnica. A área de representação era ilimitada mas havia sempre um ou outro objeto que marcava esse limite. Nada nesse palco infinito era feito ao acado nem usado como enfeite, nada era supérfluo. Usávamos já um equipamento de luz e som de luxo (apesar desses conceitos todos), trabalhávamos com banda ao vivo e era tudo meticulosamente estudado para que o ritual acontecesse em comunhão com o público e no final sintetizando tudo, o teatro como a "arte toda", a síntese de todas. Assim se criava uma poética, que ao contrário do está escrito e mal entendido por algumas cabeças duras, era uma arte rica e com glamour.

Acontece no nosso Rio: fisicalidades de Grotowski bem aqui.



SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE GROTOWSKI 2009
Uma vida maior do que um mito
Para quem ainda tem algumas dúvidas sobre "teatro físico" ou apenas quer saber um pouco sobre um dos grandes mestres do teatro do século XX. Ele é Grotowski, seu nome fica no corpo de quem ousa experimentá-lo porque é um método e uma inspiração para quem faz do teatro uma rotina.
Jerzy Grotowski (Rzeszów, 11 de agosto de 1933 — Pontedera, 14 de janeiro de 1999) foi um diretor de teatro polonês e figura central no teatro do século XX, principalmente no teatro experimental ou de vanguarda. O seu trabalho mais conhecido em português é "À procura de um Teatro Pobre", onde postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psico-físico do ator. A melhor interpretação deste "teatro pobre" poderia ser "teatro santo" ou "teatro ritual". No seu teatro Grotowski leva o trabalho corporal às últimas conseqüências. Divide a movimentação cênica em ações físicas (as já elaboradas por Constantin Stanislavski) mas com um novo sentido corporal, buscando um teatro mais ritualístico, mais íntimo e mais sensório. Um dos seus assistentes e responsável pela divulgação e publicação de seus trabalhos é o hoje famoso teatrólogo Eugenio Barba. Seu ator fetiche foi Cieslak (nas fotos à direita) que aparece em enúmeras apresentações de seu trabalho em vídeo. Cieslac é um atleta, é um "animal", tudo no seu corpo está em completa abertura para a cena, é impressionante seu domínio e sua cadência.

Os convidados internacionais para o evento são: Ludwik Flaszen; François Kahn; Ferrucio Marotti; Fernando Montes; Cláudia Tatinge Nascimento; Carla Pollastrelli; Luisa Tinti.
Dos nossos conta-se a presença da diretora Celina Sodré e do invejável ator Cacá Carvalho. O programa de festas de dia 30 novembro a 06 de dezembro e mais informações no site: http://www.grotowski2009.com.br/


Cacá Carvalho em "O Homem com Flor na Boca"