Joaquim Namorado viveu entre 1914 e 1986. Nasceu no Alentejo, licenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc. Obras poéticas: Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966). Ensaio: Uma Poética da Culutra (1994).)Dizem que foi o Joaquim Namorado quem, para iludir a PIDE e a Censura, camuflou de “neo-realismo” o tão falado “realismo socialista” apregoado pelo Jdanov...Entre muitas outras actividades relevantes , foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos do Karl Marx, mas assinados com o pseudónimo Carlos Marques. Um dia, apareceu na redacção um agente da PIDE a intimidar: “ó Senhor Doutor Joaquim Namorado, avise o Carlos Marques para ter cuidadinho, que nós já estamos de olho nele”...No concelho da Figueira – considerava-se um figueirense de coração e de acção. Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada á total defesa dos interesses do Povo. Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal Barca Nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa. Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional.Santana Lopes, quando passou pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado."Fiquei em Coimbra a vender lições como quem vendia tremoços", dizia ele para explicar que teve de viver de explicações!
"A poesia é uma máquina de produzir entusiasmo e é preciso que os versos sejam verdadeiros na vida dos poetas como a tua mão erguida sobre os anos futuros."
"Então os teus versos estarão na primeira fila dos pioneiros cobertos de cicatrizes
porque fizeram todo o caminho do tempo multiplicados por milhões de vozes pela alta potência dos alto-falantes como uma bandeira erguida sobre os anos futuros."
"Antropofagia. O poeta devorou a musa, roam-lhe agora os ossos."
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