sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tragédia após tragédia e as leituras noturnas

De dia as leituras são sempre "Desastre" na Folha, essas tragédias do dia que nos deixam de rastos, impotentes. Tragédia após tragédia, nos valham as leituras noturnas, um pouco de caridade e compaixão pelos que ficam. Alguma vontade nossa em mudar nossos hábitos e egoismos. Podemos sempre mudar alguma coisa se tivermos grandeza de espírito suficiente.
De noite e no escuro, assolados por uma certa paz fictícia, podemos ler de tudo e esquecer o dia. Por isso é que os poetas, os góticos e os gatos pardos sempre preferiram a noite, por ser mais longa, por ser escura, por ofuscar o que o pensamento não quer ver.
Entre as coisas mais bizarras que vou lendo e levando na retina ao longo do dia, passo a vista por anúncios, publicidade, imagens, fotos, cores. As pernas doem de tanto andar de um lado para o outro, sempre algo a fazer de pé. Do que vou lendo, quero ver nisso a solução, o que possa resolver, como se fosse um prenúncio de algo, um insólito e assim vai.

À noite consigo ler Assim falava Zaratustra que é sem dúvida uma incógnita quando fala da mulher. Góticos já riam ao notar que ele "falava" num passado, numa tradução portuguesa antiquada como o próprio gótico. Conjugado assim num pretérito imperfeito e como a opinião do velho Zaratustra. Lendo também "A linguagem é um apartamento alugado" de um tal de Zozimo sobre Roland Barthes, aquele que escreve sobre retórica e amor. Um tônico para amantes e desamantes...Ainda lendo uma Elle de 1954 e tomando um Whisky 10 anos para relaxar. Não gosto de Whisky nem leio a Elle. Seria perfeito mas não é real, o real é outro. E continuo a ser também antiquada (nunca gótica) em certas questões mas isso rende um novo post posterior a este. Sempre entre linhas, o que é trágico.

Um comentário:

Liliana Rosa disse...

Se não entendeu, alguém vai entender! É isso mesmo.