Não que seja a música em si mas as palavras cruas e o tom ébrio da situação, o mesmo tom que a vida nos propõe. Hoje tenho dois minutos para escrever, tenho tantas ideias que decido não optar por nenhuma delas. Vou tentar achar outra que esteja mais certa, mais dentro do do contexto daquilo que realmente me apetece escrever.Ou só escrever para aquecer esta máquina que esfriou. Antes escrever era um ato em si lírico, era como se existisse só a minha mão e a caneta que iria imprimir no papel o que fosse, depois descobriram esta tecnologia de bater os dedos e tudo ficou mais arriscado. Escrevi muitos caderninhos, nunca tive jeito para tecnologias mesmo me esforçando para concertar objetos modernos só por desporto. Graças à tecnologia existem estas coisas dos blogs onde podemos despejar tudo e alguém se interessa por nos acompanhar, por deixar um abraço de vez em quando. Escrevi centenas de cartas, enviei muitos postais, deixei recados escritos em pedaços de papel. Li alguns livros até descobrir que existe um mundo de coisas para ler além desses livros. Hoje volto a esses livros porque me fazem falta.
Escolhi esta música de Zeca Pagodinho para descerver a evolução, as escolhas, o porquê de tudo. Há dias que penso nisso como algo que defini aos 12. A vida me levou onde estou, fui eu que escolhi e ela só me trouxe porque eu quiz vir aqui. Aos 12: teatro, arte, pedagogia, faculdade, viagens, sucesso, ídolos, amor, muita paz, muitos filhos, paixões e património.Acho que me lembrei de todos os meus biscoitos da sorte. Por isso pareço diferente mas não cada vez mais parecida a esse tempo antigo. Só depois de experimentarmos é que percebemos o quanto nossos antepassados estão certos.
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