"DIVERSÃO DESDE O BERÇO", Jornal do Brasil.
Ricardo Schöpke
"O teatro para bebês vem sendo desenvolvido há alguns anos na Europa. Tendo como um de seus mais importantes realizadores na Espanha o grupo La Casa Incierta e outras importantes companhias na Alemanha, Itália, Portugal e França. Os espetáculos abordam temáticas variadas, não necessariamente de forma educativa ou didática, mas tendo como princípio básico a exploração dos cinco sentidos, respeitando também o princípio de que o teatro para as crianças (neste caso, para os bebês) não deve ser melhor ou pior do que o feito para adultos, apenas diferente. A criança tem todos os seus canais abertos para receber estímulos de formas variadas. No teatro para a primeira infância os campos da visão e da audição são dois dos sentidos que mais devem ser desenvolvidos, ficando claro que isto não constitui uma regra a ser seguida, ou que é sugerida como uma receita infalível de bolo.O imagético é um dos principais meios de comunicação com este delicado público em formação. Desta maneira, o teatro para bebês tem buscado apresentar elementos como imagens geométricas, movimentos corporais, variada gama de cores, e objetos de diferentes tamanhos e dimensões (2D, 3D). O campo da audição também é um dos pontos mais importantes do teatro para a infância, colaborando para um crescimento significativo da lógica e da sensibilidade ao belo e ao sublime.O cirquinho de Luísaé um dos primeiros espetáculos de teatro para bebês apresentado na cena carioca. Desenvolvido pela atriz e diretora Liliana Rosa, tem como objetivo principal ser um projeto de aprendizagem e partilha entre pais e bebês um meio de introdução da criança no mundo da arte. O tema abordado na peça é o nascimento e ciclo da vida, ativando a memória embrionária e indo de encontro à primeira infância até as nossas raízes e origens, explicando as etapas da vida por associações, analogias e estimulação dos sentidos. Para os pequenos é uma porta aberta para que eles comecem a descobrir novas linguagens. O nome do espetáculo, uma homenagem ao nascimento de Luísa, filha da atriz Liliana Rosa, revela para o público o que foi essencial no desenvolvimento da pesquisa para construção da peça. Após o nascimento dela, foi desenvolvido um laboratório de análise das suas reações a determinados estímulos visuais, sonoros e táteis. Luísa acompanhou todo o desenrolar dos ensaios e da montagem, foi quase como uma consultora artística. Além disso, todo o enredo da peça foi inspirado no seu crescimento.A cenografia da peça é bastante colorida. Um circo com uma pequena lona feita de tiras de tecidos azuis, vermelhos e amarelos, e um pequeno picadeiro onde os pais e as crianças são convidados a sentarem juntos para que possa haver uma inteiração verdadeira entre a atriz e o público. Valendo-se de brinquedos montáveis e desmontáveis, a atriz Liliana Rosa apresenta para as crianças de onde elas vêm. Todo o trabalho é bastante lúdico, formativo e informativo. A direção musical também é adequada, apresentando sons incidentais de crianças rindo. A ampliação deste efeito possibilita uma ambientação agradável e ajuda a acalmar os ânimos dos miudinhos. Liliana Rosa conduz o espetáculo com bastante propriedade, mostrando-se familiarizada com o universo materno, e com a linguagem apropriada para alcançar a atenção de crianças tão pequeninas. Liliana fala baixo, de forma pausada, articulando bem as palavras.Apresenta às crianças o dia, a noite e os animais, e usa o tato para aguçar a criatividade.Água, bolinhas de sabão e pequenos brinquedos servem de modelo.Importante ressaltar que no caso da linha de atuação adotada pela direção, que busca ensinar e apresentar as novidades para as crianças, é preciso tomar cuidado com as associações. No início da peça, a atriz apresenta um sapatinho vermelho como sendo a Luísa e ao final apresenta um cachorrinho, que depois ela veste com o sapatinho vermelho (símbolo da Luísa). Isso confunde algumas crianças que associam o cachorro à própria personagem. Ou seja, é preciso que nada passe despercebido na transmissão das idéias para este público em constante formação." Jornal do Brasil, Sábado, 27 de Março de 2010.
Ricardo Schöpke
"O teatro para bebês vem sendo desenvolvido há alguns anos na Europa. Tendo como um de seus mais importantes realizadores na Espanha o grupo La Casa Incierta e outras importantes companhias na Alemanha, Itália, Portugal e França. Os espetáculos abordam temáticas variadas, não necessariamente de forma educativa ou didática, mas tendo como princípio básico a exploração dos cinco sentidos, respeitando também o princípio de que o teatro para as crianças (neste caso, para os bebês) não deve ser melhor ou pior do que o feito para adultos, apenas diferente. A criança tem todos os seus canais abertos para receber estímulos de formas variadas. No teatro para a primeira infância os campos da visão e da audição são dois dos sentidos que mais devem ser desenvolvidos, ficando claro que isto não constitui uma regra a ser seguida, ou que é sugerida como uma receita infalível de bolo.O imagético é um dos principais meios de comunicação com este delicado público em formação. Desta maneira, o teatro para bebês tem buscado apresentar elementos como imagens geométricas, movimentos corporais, variada gama de cores, e objetos de diferentes tamanhos e dimensões (2D, 3D). O campo da audição também é um dos pontos mais importantes do teatro para a infância, colaborando para um crescimento significativo da lógica e da sensibilidade ao belo e ao sublime.O cirquinho de Luísaé um dos primeiros espetáculos de teatro para bebês apresentado na cena carioca. Desenvolvido pela atriz e diretora Liliana Rosa, tem como objetivo principal ser um projeto de aprendizagem e partilha entre pais e bebês um meio de introdução da criança no mundo da arte. O tema abordado na peça é o nascimento e ciclo da vida, ativando a memória embrionária e indo de encontro à primeira infância até as nossas raízes e origens, explicando as etapas da vida por associações, analogias e estimulação dos sentidos. Para os pequenos é uma porta aberta para que eles comecem a descobrir novas linguagens. O nome do espetáculo, uma homenagem ao nascimento de Luísa, filha da atriz Liliana Rosa, revela para o público o que foi essencial no desenvolvimento da pesquisa para construção da peça. Após o nascimento dela, foi desenvolvido um laboratório de análise das suas reações a determinados estímulos visuais, sonoros e táteis. Luísa acompanhou todo o desenrolar dos ensaios e da montagem, foi quase como uma consultora artística. Além disso, todo o enredo da peça foi inspirado no seu crescimento.A cenografia da peça é bastante colorida. Um circo com uma pequena lona feita de tiras de tecidos azuis, vermelhos e amarelos, e um pequeno picadeiro onde os pais e as crianças são convidados a sentarem juntos para que possa haver uma inteiração verdadeira entre a atriz e o público. Valendo-se de brinquedos montáveis e desmontáveis, a atriz Liliana Rosa apresenta para as crianças de onde elas vêm. Todo o trabalho é bastante lúdico, formativo e informativo. A direção musical também é adequada, apresentando sons incidentais de crianças rindo. A ampliação deste efeito possibilita uma ambientação agradável e ajuda a acalmar os ânimos dos miudinhos. Liliana Rosa conduz o espetáculo com bastante propriedade, mostrando-se familiarizada com o universo materno, e com a linguagem apropriada para alcançar a atenção de crianças tão pequeninas. Liliana fala baixo, de forma pausada, articulando bem as palavras.Apresenta às crianças o dia, a noite e os animais, e usa o tato para aguçar a criatividade.Água, bolinhas de sabão e pequenos brinquedos servem de modelo.Importante ressaltar que no caso da linha de atuação adotada pela direção, que busca ensinar e apresentar as novidades para as crianças, é preciso tomar cuidado com as associações. No início da peça, a atriz apresenta um sapatinho vermelho como sendo a Luísa e ao final apresenta um cachorrinho, que depois ela veste com o sapatinho vermelho (símbolo da Luísa). Isso confunde algumas crianças que associam o cachorro à própria personagem. Ou seja, é preciso que nada passe despercebido na transmissão das idéias para este público em constante formação." Jornal do Brasil, Sábado, 27 de Março de 2010.